esta será a última postagem deste blog.
em primeiro lugar: obrigado a quem acompanhou, mesmo que minimamente todos os versos e linhas deste que foi o meu local seguro por muitos anos. por aqui passaram e ficarão anos e anos de bons versos, maus versos, poemas medíocres, em sua maioria, e, quem os leu vai ver em parte uma autobiografia em versos - completa em subjetividade, de amores, de arrependimentos (sobretudo) além de sensações que experimentei ao longo dos anos e registei sempre que pude (sim, to falando de droga).
em segundo lugar: dos motivos. primeiramente, psíquico. estou tomado por dores e desejos de retomar pontas soltas e, particularmente, esse motivo, me é o mais doloroso, pois revisito velhos versos, futucando minhas feridas, sem necessidade, pois, versos manjados, “o passado é uma roupa que não nos serve mais” por mais que eu queira (embora eu não trate essas lembranças com esse desdém - não mais, pelo menos - pelo contrário: esse carinho, esse amor, eu quero conservar saudável). a nostalgia é um lugar perigoso. e, talvez, o passado queira ser deixado em paz, pois que ele não tem culpa do meu tormento presente - eu que lute e resolva (e tenho tentado resolver, juro). mas isso é apenas o que eu acho.
processo bizarro esse, de estar sendo ferido pelas minhas próprias palavras.
outro motivo é o tempo, o formato e a forma. ando em um momento crucial de minha vida e quase não tenho tido tempo de dedicar a esse ofício com as palavras. o blogger está morto e a forma é o próprio modo de ser do verso. este espaço chegou ao seu limite. insistir nessa plataforma é falar para as paredes - e, sim, tenho pretensão de levar isso adiante, de forma séria, afinal, escrever para mim nunca foi uma escolha.
em terceiro, finalmente: você poderá encontrar alguns desses versos no instagram. página de mesmo nome, tudo igual, iniciei um processo lento de selecionar os melhores, creio que estou conseguindo (e se são poucos é porque o tempo passou e o senso crítico apurou). não sei com que frequência alimentarei ou se levarei adiante lá, mas não custa tentar.
há ainda poemas longos que, particularmente, estou com preguiça de formatar. findo esse processo, talvez eu delete o blog de uma só vez, para não cair em tentação. quanto tempo vai levar até isso acontecer? bom, depende de quanto tempo vai levar nesse processo de levar daqui somente o que é minimamente interessante. mas não estou bem certo ainda.
no mais, passo a corrente, o ferrolho e o cadeado. não posso dizer que foi sempre um prazer estar aqui desde 2010 (caramba, fazem 14 anos), rs, mas foi bom ver pessoas comentando “me identifiquei” ou “entendi” - de alguma forma me sentia menos sozinho no mundo. bobagem, né? mas essas pequenas validações em certa medida foram combustível de continuidade.
caso queiram referenciar, usar (por incrível que pareça já aconteceu) ou coisa que o valha, entrem em contato comigo que resolvemos: jozejosias@gmail.com
até a vista - seja no instagram ou em outra mídia.
com carinho, cansaço e frustração,
eap