terça-feira, 2 de outubro de 2012

sobretudo, sobre logo

tenho que dizer que não tenho medo do dia que me sairdes porta afora – esta porta está aberta. como diz aí certa canção, quem deixa ir, tem pra sempre. mas, pulos, meu destino é traçado a cada instante ouço bem o que me dizem sobre ele, ouço bem até o que não me dizem. prefiro que saibas que de nada em mim te admira saber do sol, desses iluminares, dessa cidade, fortaleza até me admira se sustentar sob o sol, à beira mar mas me admira muito mais o jeito como sabe vivê-la (uma arte – sacudir a poeira, levantar-se e ir) em dobrar suas esquinas – em se perder quase sempre é nas ruas que eu encontro o copo meio vazio e cheio das coisas – as janelas me aparecem sempre abertas mesmo fechadas (até enxergo peças de peles pelas transparências). um meu raio de sol que se põe sagrado e profano, meio-dia, meio-meu (aprendi a beleza de se escrever o eu) mas, ainda contorno essas coisas (não usava coisa mas aí, quando me vi vazio, decidi abrir exceção e como dizem por aí, não há exceção sem regra, e não há regra sem exceção) sei que não sei, mas pergunto, por ti, a ti, até assoo o nariz mas, nada me faz tão feliz quanto saber que posso dizer o que bem queira, na métrica que eu decidi, que ninguém me fará parar – podem até não gostar, podem sim, podem apontar-me o dedo na cara, como já o fizeram, mas eu não vou parar... mesmo que eu mesmo o queira.

não é cisma nem birra, é uma doença.

eap

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