sexta-feira, 24 de abril de 2015

mestre

tendo em mim a inércia,
qualquer valor que seja dado
em mais de mil ou um apenas,
contribui de forma satisfatória
para o progresso daquilo que nos faz fortes

mesmo o silêncio projetado
para desdizer o não-dito e o subtendido
afogo-me nos preceitos antigos
onde sempre se é necessário explicar os pormenores e as vírgulas
utilizadas para satisfazer seus ouvidos
(apesar que nenhum dos ouvidos está apto para ouvir)
só se sabe o peso dessa apatia
quando se vê de perto a dor inteira
não a metade do pé pra lá.

o passado faz completo sentido
os gritos, os silêncios, as palavras todas.
como podem todos meus mestres estarem certos?
não é possível que se erre tanto
esperamos que o previsível não nos surpreenda mais
porém
a cada novo olhar revirado por trás das pálpebras
se apercebe o erro cultivado de anos
e como fazer o inesperado
se o sentimento de agora é coberto de uma vontade de enterrar o corpo debaixo
de sete palmos de areia grossa.
degradar lento o corpo
a mente intacta
o corpo são
a mente desgastada
e o contrário em dias pares.

deus me ajude a nunca mais enlouquecer.

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