domingo, 10 de janeiro de 2016

de nem imaginar

Fortaleza, 07 de setembro de 2015.

*(para b.b. - pelos dias ensolarados
e noites de fumaça morna)

de tanto te querer
eu te quis pra mais além
deitado em minha cama
sozinho à noite
eu imaginava
quais palavras escolher
para dizer
o quanto te esperei.

na minha cabeça
todo sinal era vago,
me guiava pelas constelações
e pelas conspirações astrais
de que dado momento
o frio da poeira estelar
iria cobrir meus dias
e colorir os teus dias
como dizem nas músicas.

tão longe
tão perto
tão sim
obviamente
era não

mas no travesseiro
eu poderia sonhar
qualquer coisa,
eu poderia supor
que um dia você chegasse
morrendo de vontade
de entregar todos os beijos
de uma semana inteira de trabalho,
de um dia inteiro de expectativa,
de uma viagem inteira de cansaço,

de amar a ser amado
dista-se um tempo
um vento
tão longe
e tão perto,

porém, nem no meu mais profundo otimismo
dentro do meu pessimismo,
eu poderia imaginar
que ao invés do frio glacial de virgo
eu iria receber o calor de um sol inteiro
orbitar em redor dele
e deixar-se alimentar
todas as raízes
com as quais pude fazer meu corpo respirar
aliviado pela vida que trouxeste
toda vez que você me entrega
todos os beijos
de uma semana inteira de trabalho,
de um dia inteiro de expectativa,
de uma viagem inteira de cansaço

tudo isso
através de um cigarro
que atravessa meu dedo
que já esteve preso
nos teus lábios.

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