sábado, 28 de maio de 2011

O "Apartheid Linguístico"




A frase é do Senador Cristovam Buarque, acerca do livro Por Uma Vida Melhor, distribuído recentemente pelo MEC - que não pretende retirar de circulação das escolas o livro, mesmo sob os protestos de escritores e professores que desaprovam o livro (inclusive a Academia Brasileira de Letras divulgou nota mostrando sua desaprovação).


Evitei ao máximo deixar evidente em minha opinião, assim que pus os pés neste campo minado que é a língua. Sou ex-aluno de escola pública, sei bem como é o ensino do português lá dentro - e sei mais ainda (porque também compartilhei desta opinião) que os alunos não se importam com o português porque esse aí "nós já sabe".



Mas depois que encarei a vida adulta, vi a importância que a linguagem tem na vida. Não é necessário que se saiba Matemática como um profissional da área, ou um Einstein em cálculos, mas, vá lá, o Portugês é uma língua nossa, temos essa obrigação em sabê-la - pois a quem mais restará esta obrigação? Tive um professor chamado Languisner, que é alemão, sabia melhor o português que todos nós (o que depois me deu vergonha) - e não dominando ao menos um pouco do que nos dizem ser o certo e o errado sofremos sim o preconceito linguístico que menciona a autora do livro e por isso não defendo o uso desta tal "supremacia da linguagem oral".



É delicado transformar a espinhosa rosa que é o estudo da língua portugusa, a "última flor do Láscio", como diz Olavo Bilac; é sim tarefa árdua, por isso tiro meu chapeu, e sambo mesmo, pelos professores que melhor souberam fazer com que esta disciplina fosse um gozo só. Lembro-me bem que tive bons professores para diversas disciplinas, mas que para o português eu lembro ter sofrido o diabo quando estava por fazer o vestibular na mão de um professor que era um mestre (aliás, é; posto que não morreu e que continua a "maltratar" alunos com a raiz da questão). Ah, estes mestres sim, merecem ser lembrados, e como!



Por isso, acho uma pilhéria de muito mal gosto com os estudantes da Língua Portuguesa e dos que a ensinam ou pretendem ensiná-la nas salas o uso do tal livro que tem posto em cheque o ensino da Língua. Falo isto por também estudá-la; como do pão que um dia o diabo que fui amassou para aprender e em seguida - se tudo correr certo e bem - poder passar adiante esse conhecimento árduo de uma maneira dinâmica e correta.



Para o bem de meu pensamento, já postei no site do Entre Aspas, da Globo.com minha opinião, que não vou repeti-la por redundância e por cansaço, pois o assunto já foi debate em nossa faculdade, no meu relacionamento, na minha família e até mesmo aqui na rede. Bem, se tudo der certo e o DIABO do comentário aparecer no site, verão em que me apoio para descartar o uso do tal livro - vou mesmo nas raízes sociais, adianto logo (e podem me chamar de mal-comido).




Entretanto deixo a crônica de um dos meus ex-mestres da Língua para melhor reflexão sobre o assunto, pois a experiência supera qualquer argumento infundado de um amador que sou eu.

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