sábado, 13 de abril de 2013

maria

maria, meu casaco anda tão molhado e sujo e mofado, acho que das duas uma: ou gostas de me fazer raiva ou deves gostar realmente de me ver resfriado, porque, maria, eu jamais estive tão longe dos teus pensamentos; faz-se sei lá quanto tempo que te tenho dito, ô condenada, que fazem vinte e cinco anos que me preocupo com o teu bem estar, com a tua compostura, teu status social, teu café fraco, que parece ter sido coado na minha cueca. fede, maria, fede esse teu café. você também, tem dias que fede, mas eu não te nego meu abraço, nem teu beijo de manhã. já te pedi pra parar com essa mania de botar a chapa no copo d'água antes de dormir (sem tesão não há solução, diabo!); tá, tá certo maria, a tua mãe morreu de câncer, e tu também já me pediste mil vezes para largar o cigarro, pra não botar cueca no chão da sala, pra não te encher o saco reclamando do meu time, pra não gritar palavrões, não peidar na tua frente, nem cagar de porta aberta (não te pedi nunca mais pra me trazer o jornal), pra não ser também tão grosseiro. mas, vai pra puta que te pariu, maria... eu te amo, porra. não força a barra e me beija.

eap

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