segunda-feira, 5 de novembro de 2018

arquitetura e verso

linhas retas, calungas e esquadros.
escalímetros, balanços e planos básicos.
as mãos fixas, seguram o compasso,
a mão tece uma linha, ponto a ponto e projeta no espaço.

obra de concreto feita pelo homem de barro.
obra de vidro feita pela mulher sem nenhum reparo.
a arquitetura das coisas é obra sempre por fazer
mas os dedos cheios de calos deixam sempre uma linha a mais correr.

e se corre pro infinito, de onde vem a luz,
pra saber onde fica o diedro mais que perfeito,
dos versos que vou tecendo mesmo sem saber como se faz direito,

nunca soube de um verso ou de uma casa sem um fiat lux,
mas tentando muitas vezes é que eu posso conceber
e fazer a primeira linha do poema e do projeto se erguer.

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