quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Aos Amigos

Uma outra coisa me passou pelas pálpebras agora:
sabia desd'antes que as nossas histórias jamais iriam se cruzar.
Como todos os amigos, há neles uma ponta de inimigos...
Que alguns se vão, alguns se vêm, alguns se vendem,
alguns tomam o rumo mais complexo, do nada ao nada,
e quando damos por nós, estamos assim, tão solitários
quanto um feto dentro do útero silencioso da mãe,
boiando nas vísceras, no sangue e na própria excreção.
Todo o resto é um planar sobre o infeliz segundo de outrora...
Quais segredos não matamos, receosos de que se espalhem
pelos fios da aurora rubra dos ventos apontados pela ponta da língua
em nome da amizade desfeita, finda, amiga?
A alguns, hoje, eu digo adeus, sem medo, pois, depois de um tempo
que mais é a amizade, senão o produto do desencontro dos gestos,
o desentendimento do que se não pode entender?
A outros, eu aguardo a oportunidade de conhecê-los além das palavras;
Há ainda, aquela que para quem o amor do amigo ainda foi pouco
para o amor que cresceu e explodiu num beijo desesperado --
um beijo do fico, um beijo de namorados!

Há, acima de tudo,
o medo de que tudo esteja acabado.

eap

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