sábado, 19 de maio de 2012

Sem Nome nº 25

A fumaça que leve sopra,
que leve me abusa,
que leve me toma,
que leva minha astúcia,
que leve me leva,
por um tempo que sopra,
que acabará por me acabar,
e, quem dera, fosse cedo,
posto que esta fumaça sopra,
mais que leve me leva
aos poucos, aos pingos,
de leve me condena,
de leve me enterra.
Sei de cor o movimento,
então levo à boca,
salivo e tremo de vontade
e é de viés que me vejo
e louvo de desejo,
acenderia uma vela,
pra, quem sabe,
você me levar
leve como quem quer me levar,
leve a vagar,
desde sempre,
cavalgando no pretume
pela névoa adentro.

eap

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