segunda-feira, 9 de março de 2015

exílio 4 (soneto de inominação)

esqueci dos títulos possíveis para determinadas coisas
mas o vazio que elas me dão também são porta de liberdade
não consigo amar as liberdades que me são dadas tão bem
entretanto, consigo limitá-las muito bem quando quero.

os deslimites, mesmo eles, quero saber procrastinar quanto puder.
era de ser algo menos doloroso essa vontade de viver – salvo-o:
o não vivo, indivíduo respirante, pela escolha própria de morto
e intitulado como tal, como proceder tal dor de cabeça constante?

mas não consumo energias para além das mais necessárias, há
(em cada pedaço de caminho pelo qual não se pode caminhar só)
uma leveza em nosso corpo só de pensar em liberdade-eu

e nem assim eu rotularia esses textos que saem perto do sono
calado eu sensorizo toda cor de led que porventura brilhe-brilhe
nessa hora oportuna de ser alguma coisa que não tão vivo.

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