domingo, 16 de junho de 2013

Sem Nome no. 42

é que hoje me bateu vontade de nada
de tudo,
de ficar na cama, afundar, sorver o mofo
de mim.

por isso, traz um pouco do mundo pela janela,
ou põe debaixo da porta,
que meu coração tá leve
e sem culpa.

aceito o limbo
de emoção nenhuma,
dessa comoção
incomodada
em transparecer.

ah, esse eu sem vontade de ser,
sem vontade de esquecer...
eu não esqueço,
eu anoiteço,
todos os dias.

lascar-se tal pedra,
sou água, morena,
que rega, não nega
que erra e se entrega - fácil.

desobriguei-me disso de mudar,
aprendi a açoitar a alma
aceitar a coisa real,
eu digo da terra,
eu digo do mar,
eu digo de mim,
inda mais
esse meu sem par
no mundo:
desce do peito
uma cachoeira sem fim

eap

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