segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fobia.


De repente, foi como se seus olhos se assombrassem com a imagem que surgia-se diante de si: o palanque, o homem que sorria de ofício, vermelho, e lhe entregava em suas mãos um sorriso para posto ser na cara, mesmo sem querer. O homem achou bom, pois era já um dia de superação de traumas e que dia!, vinha então este filho da puta para lhe fazer sentir o ódio provocar-lhe uma dor em sua úlcera. Tem gente que não tem mesmo o que fazer, chegou a pensar. Em pensar que isso pode ser considerado um trabalho, Um absurdo. Não pensou duas vezes ao empurrar-lhe o peito e vê-lo cair no chão, sim, fê-lo rir de verdade, com vontade, e o seu olhar assustado de presa, mais engraçado ainda. Perguntava, O que foi?, mas o homem não ouvia nada, já lhe estava pronto para lhe acertar um murro na cara. As crianças já choravam assustadas com a algazarra ali posta, a música já tinha cessado fazia um tempo. Não tinha Xuxa que desse jeito na perseguição tranqüila do homem.


O homem vira sua vítima pular a cerca branca desesperado de medo. Mesmo assim, a calma do homem parecia inabalável, andando e vendo por cada rua que o outro escondia-se com um olhar target. É uma máquina.


No pequeno beco, o homem mais parecia um rato a fugir de sua morte certa. Agora ali diante de si, não teria quem gritasse-lhe, Não faça isso com o pobre homem, pelo amor de deus. Tenha piedade, piedade, o caralho. Como um verme deste, um infeliz vinha a fazer-lhe a estupidez de ir-se assim a penetrar casa adentro e ser mais bem recepcionado que ele, dono da casa, por seu próprio filho. Uma coragem tremenda a sua, rapaz. Crueldade é o mínimo que este porco merece por tudo. E assim o homem encurralado já não sabia mais o que fazer, já havia dito, Por favor, não faça isso, não faça nada comigo. Mas já era tarde, pois a pistola que nunca saiu do coldre, já estava posta em mão, pronta para disparar. Já poderia sentir o baque, a parede imunda em suas costas sujas do vermelho-sangue a descer lentamente pela parede. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Mas veja que azar, a pistola sem balas deu um tique, e nada saiu a não ser o barulho seco da pistola intacta. Merda, ele pensou, soltando um suspiro de enfado, misturado com a raiva frustrada. Não pensou muito, ao ver que o homem ria da sua cara por causa da merda que deu. Foi até a direção do homem e acertou-lhe, segurando pela gola da camisa um, dois, quatro, nove murros com os nós dos dedos, que explodiam pela cara do homem, manchando-lhe a maquiagem nojenta, e fazendo-se sentir os magros ossos, quase a sair da carne, trêmula de raiva. Não satisfeito, a pistola foi-se na sua testa e nariz, o cabo, com toda força e violência, destruindo seu sorriso de ofício, seu sorriso de palhaço patético. O primeiro crack que se viu, já foi-se junto com o líquido cor-de-petróleo que desceu do nariz do homem. As coronhadas que seguiram-se, deixaram a pistola, e não somente, como também, a cara do palhaço aos frangalhos. Na cara, a maquiagem patética, assustadora, com pedaços de dentes, ossos expostos, misturados a uma sopa de sangue e ossos aos caquinhos espalhados que se estendia por todo o beco chegando-se até o lixo.


O homem fora embora com a sensação de dever cumprido, mas em compensação, tivera a certeza de que nunca iria superar na vida o medo de palhaços em festas de crianças. .


Hum, UECE! Letras - Português, Noturno, Bacharelado.

Acertando 39 scores em tudo! Ta que o pariu!

Passei, caralho, tudo de bom, menos a cabeça raspada!

D:


Jane, que saudade de ti, mulher!

Tua pele morena, teu sorriso, teus olhos,

tua boca, teus beijos, teus abraços, tudo teu!


: )