não
me envergonho de negar, não há muito que dizer sobre seus erros, enquanto
calado observo enquanto enlouqueço, quem sabe, sem muita consideração ao que
convém serem as convenções. não sei bem dos seus anseios, tanto que pouco me
importam – se tivésseis asas, andaria? quando meus dias eu tive orações a
fazer? ninguém vai dizer que minto, sabendo que das minhas palavras tem domínio
nato, mas não acrescento ódio aos poucos que me cercam, um tanto de inveja,
minha gargalhada saberá por onde passar enquanto lembrares de mim,
pensando em outro tantos que hoje te seguram na mão – deixei-te sozinha e um
pouco além dos seus desejos, e ficaste exposta aos meus deleites, desejas
sê-lo, e não negues. vai precisar volver nos calcanhares, olhar para trás e ver,
mas nada te fiz, nunca, para que assim espere d’outros o que te dei.
eap
1 comentários:
me lembrou Dostoiévski, nas histórias curtas, como a dócil (que amo!)
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