falava desses sentimentos
bobos e preguiçosos
que mal não fazem
a ninguém
nem à memória.
pois que
tudo é prosa
poesia,
tudo é versável
versível --
o inverosímil --,
até a verdade
(aquela invisível),
até o irreversível.
eap
terça-feira, 23 de abril de 2013
domingo, 14 de abril de 2013
Sem nome nº 17
tinha esquecido
que sou feito
de poesia
tinha ido
ao respeito
do que vinha
tinha lido
que do desfeito
o efeito é o que fica
eap
que sou feito
de poesia
tinha ido
ao respeito
do que vinha
tinha lido
que do desfeito
o efeito é o que fica
eap
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pode ser que sim
pode ser que um dia eu o perdoe pelos erros do passado, pelo vago pesar do seu andado, pela maneira como deixa fugir dos dedos seu não ser de antes. sua não maneira de ser. mas hoje não. e não adianta força: feridas têm o tempo certo de se fechar, de se cicatrizar, de não sobrar nada, nem aquele vago resquício de mágoa -- todos têm seu tempo.
lembro sim, que andávamos juntos, ríamos, conversávamos (quando criança era tudo melhor). quase vislumbro numa memória 'polaroidica' nós dois juntos, ele, eu sobre uma velha moto preta ou vermelha; eu era pequena criança rechonchuda, branquinha, à frente, do meu próprio riso nem me imaginava a carranca de hoje, esse silêncio pesado. na garagem tocava os alquimistas estão chegando, de jorge ben... sabe lá dessa nostalgia.
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do mesmo ar
para luana laysa
que ainda desconhece estes versos
por ela eu baixo o volume para escutar o que diz,
eu paro minhas leituras, pauso o filme.
rebaixo-me até envergar minha coluna
eu falo mansinho, eu tenho dó de gritar, de maltratar,
não exito em lhe chamar de meu bem, meu amor,
de lhe dar carinho, de pensar no seu futuro.
te cuido, mansamente, ponho para dormir,
tenho meus pseudo ciúmes,
não te deixaria ninguém maltratar, que não eu
por uma boa causa,
por uma causa que você desconhece hoje.
gosto do seu jeito de receber o meu amor incondicional
minha arte, minha sorte;
ver teu brilho nos olhos quando me vê
e o nome que só eu sei que me chamas.
eap
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sábado, 13 de abril de 2013
maria
maria, meu casaco anda tão molhado e sujo e mofado, acho que das duas uma: ou gostas de me fazer raiva ou deves gostar realmente de me ver resfriado, porque, maria, eu jamais estive tão longe dos teus pensamentos; faz-se sei lá quanto tempo que te tenho dito, ô condenada, que fazem vinte e cinco anos que me preocupo com o teu bem estar, com a tua compostura, teu status social, teu café fraco, que parece ter sido coado na minha cueca. fede, maria, fede esse teu café. você também, tem dias que fede, mas eu não te nego meu abraço, nem teu beijo de manhã. já te pedi pra parar com essa mania de botar a chapa no copo d'água antes de dormir (sem tesão não há solução, diabo!); tá, tá certo maria, a tua mãe morreu de câncer, e tu também já me pediste mil vezes para largar o cigarro, pra não botar cueca no chão da sala, pra não te encher o saco reclamando do meu time, pra não gritar palavrões, não peidar na tua frente, nem cagar de porta aberta (não te pedi nunca mais pra me trazer o jornal), pra não ser também tão grosseiro. mas, vai pra puta que te pariu, maria... eu te amo, porra. não força a barra e me beija.
eap
terça-feira, 2 de abril de 2013
DIIV - Wait
"Innocent and late for love in your city
Weights above innocent and late for love in a city
I'd wait so long to feel you feel you here
Alone yeah i'll seep into your bones and innocently wait for love"