quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

30 min de silêncio

cheguei à sua casa, nada dissemos - ele sabia que eu não diria nada, sabe do meu jeito - sete anos de amizade, oito, por aí, sabe bem que não falarei. era meia hora de silêncio, eu teimoso feito um carrapato. um carrapato que suga o sangue - eu sugo o silêncio e a má vontade do ar pesado - preso à árvore, preso à vontade. meia hora disposta. não há melhor comparação - um carrapato não atinaria pensamento em entender o que há aí, eu tento, não consigo, vontade não me falta. mas deixo, deixo e não deixo, pois que passou-se a tal meia hora. me fui, sem pensar, sem levar nada dentro do peito, a não ser a cócega da situação - talvez o silêncio faça bem à amizade.

eap

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