quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

não te abandonei

tenho me mantido longe, das palavras
e mantido-me mais perto das vontades.
qualquer coisa que me faça bem ao peito
eu tenho aceitado de bom grado.

algo um tanto mais forte
um tanto mais condizente
com meus dias
tem me feito sumir.

o sumiço de minhas palavras
será o sumiço de minha existência.

pois nada sei da vida que fazer,
que desses caminhos tortos nenhum eu trilho
com a certeza de não tropeçar
eu apenas escrevo, a ponta que me guia
vai ao papel,
e ainda assim,
a tinta meu sangue
a tinta me sangra
me sangro todo
ao papel.

que coisa não sou senão isto que me escrevo?
já posso me gabar de falar de amores
que nunca amei,
de amares
que nunca falei,
e de coisas que me são tão novas - onde eu encontro
a resposta pro meu desalinho
senão no espelho?

gaguejo muito,
beijo pouco,
falo menos ainda,
bandeira.
sou teu discípulo desde ontem!

o posto de capitão de mim
quem vai tomar senão eu?

ao poeta que vos fala
resta o ponto final,

eap

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