para r.n., porque o tempo passa
14/04/2013
foste a causa mais provável das pontas de cigarro
abandonadas no cinzeiro...
foste, quiçá a causa de umas três ou quatro horas perdidas
de um devaneio sexual, no qual me perdia brandamente.
abandonadas no cinzeiro...
foste, quiçá a causa de umas três ou quatro horas perdidas
de um devaneio sexual, no qual me perdia brandamente.
foste também este obscuro objeto de desejo
com o qual descasquei algumas lasquinhas da superfície franjosa;
com o qual descasquei algumas lasquinhas da superfície franjosa;
foste tão superficial quanto se supunha a casca.
dei-me dando a volta nos trezentos e sessenta graus
de um erro previsto, evitável,
mas, ah!, esse coração: afoito pela loucura,
pelo sofrimento de um amor louco e profundo,
que me agarre pela nuca e puxe os cabelos
e que no retorno, beije brandamente os lábios
que se supunham secos.
cê me soube
destas facetas,
(guardou num canto
escuro
muitas verdades minhas
sobre seus olhos --
tinha razão no não encarar)
te disse um dia da minha teoria
de que as pessoas são pontes.
achei, à curto prazo,
duas tábuas da ponte que me foste;
teu sexo, teu desnexo,
a ponte do encontro,
do que me fez 'homem'
[o homem que todos almejam
mas que provável
precisará d'outra mãozada na cara
para levantar e reagir,
e correr, e ganhar o mundo]
foste a causa do meu silêncio de ouro
e isso é tudo o que eu sei agora.
e eu te soube
pelas palavras.
mas ainda assim,
foste acausa mais provável
deste último seu poema,
nem tanto de coração partido,
nem tanto de saudade,
nem tanto de desejo,
nem tanto.
de um erro previsto, evitável,
mas, ah!, esse coração: afoito pela loucura,
pelo sofrimento de um amor louco e profundo,
que me agarre pela nuca e puxe os cabelos
e que no retorno, beije brandamente os lábios
que se supunham secos.
cê me soube
destas facetas,
(guardou num canto
escuro
muitas verdades minhas
sobre seus olhos --
tinha razão no não encarar)
te disse um dia da minha teoria
de que as pessoas são pontes.
achei, à curto prazo,
duas tábuas da ponte que me foste;
teu sexo, teu desnexo,
a ponte do encontro,
do que me fez 'homem'
[o homem que todos almejam
mas que provável
precisará d'outra mãozada na cara
para levantar e reagir,
e correr, e ganhar o mundo]
foste a causa do meu silêncio de ouro
e isso é tudo o que eu sei agora.
e eu te soube
pelas palavras.
mas ainda assim,
foste acausa mais provável
deste último seu poema,
nem tanto de coração partido,
nem tanto de saudade,
nem tanto de desejo,
nem tanto.