Era de um calor doido que eu estava sofrendo. O sol era maldito também - em nada ajudava. Como eu poderia estar tão quente? Todas as pessoas ao meu redor a tremelicar os dentes e eu aqui: a suar, molhando a camisa, formando bolinhas de suor nojentas, debaixo do nariz, acima da boca - lugar impreciso. Eu abro um botão; sacudo a camisa; o ar quente dança, por dentro da blusa:
- Que diabo me habita?
Derramado da testa, ao peito cai a gota de suor. Uma goteja, da ponta do cabelo, justo em cima da boca - um suor salgado. Um suor sagrado, já dizia aquele cantor daquela geração. O ar-condicionado conta dezesseis graus, e não se pode mais suportar o frio que fazem os dois, um contra o outro, a se encontrar neste pequeno recinto onde estamos.
E,a,p'
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