Vou dizer teu nome
até em minha garganta
senti-lo, entalado,
empurrado com saliva.
Engasgar nos teus sobrenomes,
desdizer todas as letras
com as quais tatuei em meu corpo
teu nome.
Vou destrinchar a minha carne,
ser fatal, frouxo de rir,
da maldade com que o faço,
com que desfaço - desfaleço.
Com meu sangue seco
hei de cheirar na tua sala.
E no fim do dia, serás então,
A mesma que me fez assim.
No cabeçalho, um título,
teu nome posto desordenado,
mas mesmo assim, letra por letra,
reconheço-o, e desfaço - desfalecido.
E vou enfim, com sangue, força,
na carne viva, a ferro, fogo,
brasa, dilacerada, tuas iniciais
na veia do meu braço.
E,a,p'
2 comentários:
Muito bom, camaradinha.
Deveria ter divulgado antes.
Gostei mesmo.
Vindo de você, sinto-me até honrado!
Valeu.
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