segunda-feira, 1 de outubro de 2012

na real


fui lá e digo: me arrependo; aliás, arrependo não ter ido antes. disse que quis porque acreditava em mim, ela não, por ser mulher, por estar me amando demais, entende? pensei tanto sobre, mas não pude deixar isso passar:
considerei outras, entende?
quê? grande éfe dê pê você é, desgraçado.
mas...
ah, vá pra pê que pê. vá se fudê.
poderia entender?... que dizer a verdade seria dar a corda. não quis. preferi que odiasse. sei lá... amar é uma viagem besta. repente você tá no alto, amando, desse lado, por outro também, até que um, sei lá, repente acorda... foi assim.
tal noite invadiu meu quarto com um revólver deu três tiros no meu pau. fugiu, nem registrei queixa nem nada. merecesse, mas gritei tão alto, e disse tudo naquele fluxo de ódio. muito até, disse além das gotículas mínimas. daí saiu chorando. achei que fosse se matar com as outras três balas – e na real, não foi assim.
hoje casada... isso faz, sei lá, dez anos. me visitou dia desses, trouxe lírios, parecia outra. conheci seu marido e seus filhos – duas crianças lindas.
ainda bem que detesto crianças.

eap

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