tenho que dizer que
não tenho medo do dia que me sairdes porta afora – esta porta está aberta. como diz aí certa canção, quem deixa ir, tem pra sempre. mas, pulos, meu destino é traçado
a cada instante ouço bem o que me dizem sobre ele, ouço bem até o que não me
dizem. prefiro que saibas que de nada em mim te admira saber do sol, desses
iluminares, dessa cidade, fortaleza até me admira se sustentar sob o sol, à
beira mar mas me admira muito mais o jeito como sabe vivê-la (uma arte –
sacudir a poeira, levantar-se e ir) em dobrar suas esquinas – em se perder quase
sempre é nas ruas que eu encontro o copo meio vazio e cheio das coisas – as janelas
me aparecem sempre abertas mesmo fechadas (até enxergo peças de peles pelas
transparências). um meu raio de sol que se põe sagrado e profano, meio-dia,
meio-meu (aprendi a beleza de se escrever o eu) mas, ainda contorno essas
coisas (não usava coisa mas aí, quando me vi vazio, decidi abrir exceção e como
dizem por aí, não há exceção sem regra, e não há regra sem exceção) sei que não
sei, mas pergunto, por ti, a ti, até assoo o nariz mas, nada me faz tão feliz
quanto saber que posso dizer o que bem queira, na métrica que eu decidi, que
ninguém me fará parar – podem até não gostar, podem sim, podem apontar-me o
dedo na cara, como já o fizeram, mas eu não vou parar... mesmo que eu mesmo o
queira.
não é cisma nem birra,
é uma doença.
eap
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