domingo, 13 de julho de 2014

mais-valia

sou um astrofísico moderno gravitando sobre a minha própria órbita
de constelações eu jamais entendi direito, nada além que a obra divina
e não sou nem de longe o mais cristão, sou apenas o último emérito
de uma casta de esquecidos por deus, por todos, e até por mim mesmo
ganho o suficiente para aquietar a alma.

se me lanço a cantar, é que dói a alma, você deve perceber, que sou assim
assim um tanto quanto fidedigno ao que nunca construí.

o completo e absoluto nada de todas as coisas,
o completo e absoluto nada de todas as dúvidas,
ó, senhor, como eu queria errar menos em acertos,
como eu queria ser um pedaço de tua carne chicoteada,
eu achei que soubesses, soubesses o quanto de meu amor
fora sacrificado em nome da liberdade, que é isto.

eu não sei se peço perdão, na verdade, não sei se pedirei
não sei se reponho-me a cobrar aluguéis de casas para morar
e ser esquecido pela natureza de nosso coração.

quem garante essa dor?, senão a tua própria imagem
teu erro unânime,

e eu que jamais voltei a assinar meu nome,
vejo-me acidentado a correr contra o tempo, contra as nossas desvontades
de deixar legados,

eu apenas queria morrer, sem nenhum pormenor a ser descontado, e que fosse rápido
e que fosse na sombra,
que desse mundo minha alma se cansa de tentar.

seria demais pedir-te um amor verdadeiro que seja
um amor verdadeiro que seja mais que teu sacrifício?

e eu que não sei clamar teu nome
já me vejo voltando atrás no tempo tentando corrigir a minha história.

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