as redes que ligam a realidade
são os fios de energia
pelos quais a minha tevê
se vê sem sentido, sem ídolo
sem mito.
um dia após a nossa refeição última
estive calado
por achar que assim eu deveria permanecer
e quando a nossa voz mais uma vez se encontrar
eu te falaria das viagens interestelares
que por uns dias e anos viajei.
talvez o mundo seja mais extenso que suponho
e ele também é uma ponta de iceberg
uma grandeza pequena de se caber no bolso.
as dores do mundo, delas sei todas
e quem me diz isso é aquela voz
que às vezes se rasga em alardear
que estamos mortos/salvos
a cada instante
seja como for
a nossa perda de contato imediata
nunca será superada
pelas garras únicas de solidão
estendo-lhe a mão
e me passas o controle
mudo o canal:
a vida muda.
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