segunda-feira, 9 de março de 2015

exílio 3

cantei um dia sobre as falhas de caráter
que formaram o rosto de esfinge que me viraste,
fazer parecer assim, que na cerveja bebida de ontem
ainda me ressoam alguns fuzzes e poderíamos
dormir com white noises dentro de nossas cabeças
conquanto nos deparamos com a suposta cabeça voltada para trás,
especialmente quando a chuva teimasse em cair lenta
no meio de novembro — o que não é normal —
então, mais dia menos dia, as nossas cabeças se refreariam
no meio do caminho para com a ladeira
mas não consigo supor tratamento mais incréu aos seus devaneios
de me querer para si — eu sinto até muito
porém na verdade sinto tão pouco e não vou mentir
porque já não consigo mentir, já não consigo captar as ondas
de som que carecem de ouvidos não tanto apurados,
mas que precisam de sensibilidade de alma,
catapultar para fora de teu corpo vontades, desejos,
a própria essência do que é alma, fazer-se corpo são
fazer-se inerte condutor ao perigo que se corre de alimentar
o fogo com teu corpo, tua carne,
merecidamente estaremos cansados de tudo isso, sem culpa.

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