lá vai ele
o ex-futuro escritor
do livro jamais escrito
definitivo
da literatura brasileira.
era tão formoso o verso,
era tão crua a prosa.
tem jeito de que vai se enviesar
pelo caminho certo
mas que nada
hoje eu sou sombra
daquilo que fui
mas é um sentimento
estranho
pois me sinto um homem melhor
mas não me sinto
tão
poeta
me sinto menos perdido
apesar
de não ter ainda
encontrado
meu caminho
me sinto grande
estando
do mesmo tamanho
me sinto feliz
enquanto triste
ensimesmado
mas, olha:
eu não me troco
nem pelo troco
de versos bem-feitos.
de alguma forma
sinto que o que sou
é quase tudo
o que nunca quis
mas hoje prefiro.
parece confuso
mas prefiro essa incerteza ampla
que a faca de gume cego
que insiste em traçar
uma linha
impossível.
sei da minha poesia menor
não hei de melhorá-la
tampouco ela piorará.
mas, cá está: tais versinhos
pequenos como os sonhos
de 4 horas de sono
diários.
e lá vou eu,
quem sabe,
ex-futuro do passado
presente
e ciente
de que daqui
não passo
mas passo bem,
obrigado
.
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