um cigarro no outro cigarro
e a vida já não é mais a mesma.
e a vida já não é mais a mesma.
passaram-se alguns anos
e cresceu o muco e o pigarro
a voz retumba e falha,
tic tac, chama acesa.
a voz, dois semitons abaixo,
torna toda música lúgubre:
retumba tristonho o barítono
como se cantadas para marcha fúnebre
o violão afinado em ré,
ressoa notas menores
tem graça esse peso até
que adorna em verso o som.
drone repetitivo e monótono
sempre desafinado, fora do tom.
um cigarro, mais um
madrugada empestada de fumo
um ídolo morto agoura
enquanto vagueio insone pela casa
o rosto remendado, taciturno.
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