sexta-feira, 25 de março de 2011

Forte

Vou dizer teu nome

até em minha garganta

senti-lo, entalado,

empurrado com saliva.


Engasgar nos teus sobrenomes,

desdizer todas as letras

com as quais tatuei em meu corpo

teu nome.


Vou destrinchar a minha carne,

ser fatal, frouxo de rir,

da maldade com que o faço,

com que desfaço - desfaleço.


Com meu sangue seco

hei de cheirar na tua sala.

E no fim do dia, serás então,

A mesma que me fez assim.


No cabeçalho, um título,

teu nome posto desordenado,

mas mesmo assim, letra por letra,

reconheço-o, e desfaço - desfalecido.


E vou enfim, com sangue, força,

na carne viva, a ferro, fogo,

brasa, dilacerada, tuas iniciais

na veia do meu braço.


E,a,p'

2 comentários:

Fernando de Souza disse...

Muito bom, camaradinha.
Deveria ter divulgado antes.

Gostei mesmo.

Eliézer Araújo disse...

Vindo de você, sinto-me até honrado!

Valeu.

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