sábado, 28 de maio de 2011

Soneto de Nostalgia

De novo atravesso as ruas de minha infância,
Buscando em cada milímetro encontrar
Qualquer parte que me faça relembrar
Um cheiro qualquer, agridoce, da lembrança.

De toda parte, busco o belo que não tive lá
Mas que aqui, colho, na semente vermelha
Que teima da árvore cair, de e em cada telha
Tilintando o barulho que tanto lá se fez estar.

Vejo a árvore no meio da rua, teimando
Crescendo altiva e sempre ali, a subir e subir
Com as mãos nos bolsos passo lembrando:

(Ai quem me dera eu pudesse crescer tanto assim!)
Há tanto que não encontro nesta rua algo meu...
Ah, e quem dera, rua, quem dera eu fosse teu!

E,a,p’

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