sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

ensaio sobre escorpião

define-se pântano, água calma, dentro, que há? não há nada, o cosmos sabe bem que tudo tem hora de vir à tona, meu sorriso é um rifle, eu pretendo te aprisionar livre, deixar-te vagar, cavalgar, cavalar-se, deixo porque observo, meus olhos que separam no silêncio os feijões podres - talvez os coma, apenas para fazer doer a bílis, e quando lá chegar acompanhar comedidamente a dor latejar, mas não se atreva a levantar meus olhos, deixai que com as mãos, os ombros, acomodar-me-ei nos braços, deixarei de lado as lágrimas que vazam de fora para dentro, inundando - e elas se transformam no murro que por vezes pode explodir na parede do quarto escuro, trancado, sozinho e sem ninguém. por que às vezes me transtornas como o diabo? por que às vezes me faz odiar  dizer as minhas verdades de tal forma que sem dó nem piedade na cama eu tenha que me vingar, deixando na tua pele a marca de minha vingança? rabisco poesia russa em tua pele com meu odiamor, e te deixo com a vontade de me querer, de não perder, sou assim quem cuida as ferrugens, do que ninguém mais quer e reemerjo-lhe às margens purulentas de uma realidade que eu não nego nem negarei - te puxo o braço, encaro fixo, sou o planeta guerreiro, sou macho, apesar da feminilidade inerente às minhas feridas que crio sozinho; sou um planeta frio e distante, sou nem isso, não sou planeta, sou judas, que apesar de tudo, olhe de novo, nunca deixou de ser apóstolo.

eap

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