domingo, 26 de janeiro de 2014

carnaval

quem foste tu no baile de máscaras que naquela noite frequentei? quase sempre tenho a impressão de ter dançado com corpos esquecidos de existir. mas lembro, assim, de relance, do teu, e eu que nunca fui dado a dois-pra-lá-dois-pra-cá, saí galante a segurar tua mão e tua cintura - o beijo único que roubei de ti, foi de um pescoço que, lento esticaste - o perfume se desprendia dele, indo até a ponta do infinito e voltando - no passinho de valsa doida, contei duas horas, e duas e quinze, ou dezesseis, saiu pelo mesmo buraco donde apareceu - agora fico doido a te procurar, única maneira que encontro é o cheiro do perfume que prendeu meu nariz em teu pescoço e quantos pescoços eu já beijei de lá pra cá... muitos deles até boca me ofereciam. mil confetes na língua e serpentina no cabelo. a gente ainda se esbarra, mas os pescoços, esses são muitos.

eap

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