segunda-feira, 1 de junho de 2015

a fortuna da carteira

um assaltante me pediu a carteira e respondi que não ando de carteira.

juro por deus, não ando de carteira. 

mas, veja: objeto mais íntimo não há. mais íntimo que o celular que entreguei de bom grado, com todas as fotografias, rascunhos de futuros versinhos, minha agenda telefônica -- sou péssimo em relembrar números.

mas raciocinei porque não uso carteira, e descobri que é que por ela, me resumo:

abro: cartão de crédito desativado, cartão de débito de contas canceladas, documentos inúteis, um dólar que trouxesse, ansiei, fartura -- não funcionou -- e fotografias.

eu com a máscara do batman.
minha mãe.
meus irmãos.
você (sim).

eu não gosto de abrir essa carteira. lembra que lembro que tenho saudades.

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