quinta-feira, 25 de junho de 2015

vigia/vigilante

Não tenho ainda um título/nome pra essa história (quem me conhece sabe dos projetos atuais de escrever uma HQ - graças ao vício mais recente nesse gênero que releguei por muito tempo), mas cá está o vigia/vigilante, o desenho do uniforme claramente inspirado/copiado no visual do Demolidor, mas, armas em suas mãos, como o Justiceiro, e como este o senso de justiça/vingança e nenhum poder psiquico, ou super velocidade ou qualquer coisa do gênero, apenas coragem.

O uniforme, pensei, deve ser resistente, impôr respeito, e assim o faz, o seu alter-ego, que ainda não tem nome, é um homem de 24/25 anos, mediano, entretanto, a roupa toma proporções de músculos para que dentro dela, em locais vitais possam-se ser inseridas placas de alumínio, que, se não absorvem o impacto completamente, pelo menos não o perfuram totalmente - o processo de costume será doloroso. Cotovelos e joelhos possuem reforços, já que o homem por trás da máscara, para além das armas, os utilizará muito. Como disse: sem super-velocidade, pelo contrário, lento, pesado, porém, resistente, o uniforme foi feito para impôr-se, não impressionar, cada caminhada de 100 metros é feita com esforço, o calor maçante do uniforme, do peso do alumínio espalhado pelo corpo.

A história, claro, pautada na vingança, de um homem comum, que investiu contra um bandido e acabou matando-o, mas, aos olhos da justiça, que é cega, ele tinha que pagar pelo crime, como consequência, 5 anos recluso, em completo e total silêncio, e no meio-tempo da prisão, sua família fora assassinada pelo irmão do bandido ao qual matara. O que seria humano, nessa situação, chorar e lamentar, ou vingar-se?

A falta de símbolos, logotipos, marcas, ou quaisquer coisas do tipo, deve-se em parte ao fato de que o anti-herói (no melhor sentido da palavra) que vemos aqui, não é um símbolo -- saído da prisão é impossível conseguir um emprego, já que ninguém confia num ex-detento, o personagem se recolhe à sua condição de protetor, sendo um mero vigilante noturno, andando nas madrugadas do seu bairro, e logo depois da cidade (que será Fortaleza, claro), fazendo justiça com as próprias mãos, tendo como princípio, o fato de que se os bandidos saem para matar e morrer, ele só sairá de casa para matar.

No intuito de ser amargo, silencioso, injusto aos olhos da justiça, pelo ar impiedoso, não será apenas uma história "de herói" - caiba talvez algum estudo social da anatomia do que forma uma sociedade violenta e corrupta, do preço do silêncio e de posicionamentos sócio-culturais abafados - sobretudo, este não vai ser um herói, apenas mais um homem comum.

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