segunda-feira, 29 de junho de 2015

latto/strictu

a j.a., pelo que é onipresença

no interim de uma vida inteira
eu ainda não havia atinado
que as coisas se tornam mais claras
depois que tudo é escuridão.

que os pedaços do que era inteiro
são inteiros em miniatura
e que cada um dos seus inteiros
são feitos de inteiros completos.

e que, além disso, a solidão existe,
e que não diferencia em fazer companhia
em quem é alegre
ou quem é triste.

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tudo se perde depois do encontro,
eu perdi minha cabeça
quando deixei que o teu olhar
encontrasse o meu

e tua cabeça cansada
encostasse no meu ombro
e no labirinto do mundo
que ganhei quando me guiei na tua mão

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o entendimento desse mundo
o entendimento de tudo
parte do mais ínfimo nada,
da menor partícula nunca desarranjada

dos anos e anos que conseguimos
resumir em décadas, séculos,
e de tantos milhões, saber que
ainda não passamos de meras crianças

é o que faz a cabeça parar
para continuar em seguida
noutra linha, noutro caminho
que se percorre calado, sozinho

sem sair do lugar.

cada ser tem em si o universo,
que quando chocado em sua semelhança
acaba por destruir o que outrora
devia ser união.

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