Tenho me ocupado de me desocupar da tarefa de
escritor menor, poeta menor, literato menor.
Aprendi, por minhas próprias palavras, que existem
pessoas que nascem para ler, outras para escrever – saliente-se aqui a
sinonímia deste verbo com outro: criar.
Devo ter nascido para ler, apreciar.
Não digo mais que isso,
posto que tudo me move para baixo – e pensando bem, tão melhor estar aqui,
escondido ao canto da sombra do fundo do poço,
me alimentando das sobras de um peixinho fedorento, que além de tudo, me veio feio, lastimável, e sem perspectivas.
Pobre deste peixinho miserável!
Falo por ele, digo
por ele que lamento, e por isso sobre ele não falarei mais,
posto que há na vida o fato do conformar-se, do
deixar-se estar calado, sentado, quieto, à luz do trabalho braçal que
alimentará teus entes.
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