sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ensaio sobre capricórnio



para mim o que importa é o puro e o sólido, as coisas práticas e úteis, a vontade não é nada se não há necessidade e utilidade. seus ossos e lágrimas só pertencem à terra, em deus, quem sabe, ainda delego gosto pelas virtudes de meu suor. inicio com vontade, gana, e não me importo com as bestializações, as filosofias, as máquinas de sonhos, as sensibilidades – em que cauda de cometa, em que anel desses de poeira de saturno esqueci meus sentimentos petrificados, prontos para desintegrar-se como fosse assim uma estátua de sal, que não olha para trás? –não olharei jamais para trás, porque importa o tempo presente, meu sangue quente, meu suor, minha vida. deixo esse tempo para quem o quiser. importa querer e ser à custa de um retorno inversamente proporcional: nascer cheio de nada, morrer vazio de tudo.

eap

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