para mim
o que importa é o puro e o sólido, as coisas práticas e úteis, a vontade não é
nada se não há necessidade e utilidade. seus ossos e lágrimas só pertencem à
terra, em deus, quem sabe, ainda delego gosto pelas virtudes de meu suor. inicio
com vontade, gana, e não me importo com as bestializações, as filosofias, as
máquinas de sonhos, as sensibilidades – em que cauda de cometa, em que anel
desses de poeira de saturno esqueci meus sentimentos petrificados, prontos para
desintegrar-se como fosse assim uma estátua de sal, que não olha para trás? –não
olharei jamais para trás, porque importa o tempo presente, meu sangue quente,
meu suor, minha vida. deixo esse tempo para quem o quiser. importa querer e ser
à custa de um retorno inversamente proporcional: nascer cheio de nada, morrer
vazio de tudo.
eap
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