sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sem nome nº 44



é fácil ferir a pele exposta;
serenar quando desistir
de tentar dar resposta.

--------------------------------------------

- à noite ela ainda procura teu cheiro
no lençol
- você sabe? você sabe?
- ela ainda molha as coxas
pensando na sua voz
ao pé do ouvido.
- sabe? sabe?
.......um ronrronar.
- desliga o rádio, dorme
e descansa - amanhã tua mãe volta
sabendo de tudo.

ela levou as roupas
que melhor lhe vestiam o corpo
que deixavam seus olhos brilhando
- ela morre todos os dias sem saber
que aqui tem uma mulher
que morre por ela...

[os galhos
da árvore
dançando no telhado.]

------------------------------------------

meus cabelos ainda puídos
minha calça suja
das cinzas de cigarro...

os dedos unidos...
então, quem sabe surja
uma rua na tua rua,
me surja um lugar na tua casa,
na tua cama.
uma rua na tua casa,
um lugar onde cê não precisará
se esconder,
deixará teu rosto descoberto
quem sabe
até crescer.

eap

0 comentários:

Postar um comentário