domingo, 1 de julho de 2012

esse amor qu'eu quero ter

real imaginário

maria, 30, recém separada, foi deixada ainda com um pequeno feto dentro de si. amargurada, bebia, e dizia "um parasita dentro de mim", as amigas se escandalizavam. mas ela tinha certeza do que fazer, foi lá, médico x disse que tal remédio y era o mais indicado. então fez-se mar de sangue. dor de uma semana, achou que fosse morrer e que deus lhe havia castigado. acamada, olhava em derredor da casa tudo tão estranho, esses tais espectros da separação, maiores agora. dois calmantes, dois lorax por dia, aliviar as tensões.

passada semana, voltou à suas atividades de casa, então rotina na sua cabeça. fazer o almoço, errou a mão, esqueceu que josé, 43, não vinha almoçar, então chorou. foi dublada ou alguém se comprazia de sua dor muda? um choro de criança. mas, criança onde, deus? detrás do sofá, recuou de medo: um feto chorava, os olhos cheios de sangue lhe brilhavam no escuro do pequeno buraco, onde formigas lhe andavam pelo corpo.  o vômito do desgosto, a lágrima do descaso consigo. então deus sabia bem que era feito dela? uma semana nisso? viver abismada (buraco grande em seu peito). era isso? não era? dois lorax. fora atrás duma senhora, por causa irmã espírita, essa transa. a mulher sequer lhe conhecia, perguntou "dor de filho, hum?" não soube o que dizer. a mulher lhe disse "esse seu filho vai renascer. aquele mais apegado, seja o que seja ele, será ele." saiu sem chão, mas alentada. daquele dia, o afeto lhe crescia como um tumor, lhe sufocando toda, por toda demonstração de afeto de crianças ou entes, ou mesmo... seja o que seja.

e josé?

eap

0 comentários:

Postar um comentário