sábado, 27 de agosto de 2011

Noite Citadina

Foto: FCO. Fontenele - O Povo

Calmo passo,
de fria sentença:
é a apenas o ar
que pouco a pouco
se condensa.

Sobra então,
o raio certeiro,
em noite onírica,
insone,
sem esperanças.

Talvez um anjo cego
tenha a bondade
de me dar a mão,
roubar de mim
a insônia

e outro dia,
será vez do céu
cair pedaço a pedaço
em gotas de inferno
no litoral de minha cidade

a maré revoltosa
será a ira divina
dum deus maior
que esta loucura febril
e lancinante.

E,a,p'

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